quinta-feira, 12 de julho de 2007

Canudo ou Conteúdo?


Diz-se da obrigatoriedade do diploma de jornalista como sendo uma medida a fim de restringir o acesso aos meios de comunicação apenas aos profissionais devidamente formados. Em contraponto, pode-se dizer que o estudante que opta pelo vestibular de jornalismo já vem embrulhado em um pacote onde se encontra interesse pela informação, facilidade em pesquisas, bom vocabulário, empenho na escrita e na leitura, pré-requisitos estes que se acha com facilidade nas respostas dos alunos que respondem ao interrogatório feito pelos professores do curso no primeiro dia de aula na faculdade de jornalismo.
A faculdade neste caso apenas contribui para a formação do profissional passando-lhe conceitos éticos, técnicas e teorias para que o profissional esteja capacitado não em exercer a profissão em si, mas sim em exerce-la com responsabilidade. Porém, para uma boa noticia, o tecnicismo por vezes não é suficiente. A faculdade, por sua vez, pode vir a estimular o interesse pelo estudo de uma forma geral a fim de capacitar o jornalista a escrever sobre qualquer assunto desde que ele saiba como discorrer.
O jornalismo, bem como qualquer outra profissão, tem como principal exercício a responsabilidade. Usando como exemplo a medicina, a obrigatoriedade do diploma neste caso é essencial, partindo do pressuposto que se recorre a um médico a fim de entregar seu corpo para que ele eventualmente venha a corta-lo.
Da mesma forma, o jornalista, sendo um formador de opinião, ao fornecer dados de interesse público, ter-se-ia que agir de forma correta colocando em prática a ética e a técnica aprendida na universidade. Neste caso, pela cotidianidade que o jornalismo assumi, a responsabilidade do jornalista torna-se maior do que a de um médico. Não vamos ao médico quando não precisamos dele, porém consultamos um jornal até mesmo para saber qual será a farmácia que estará de plantão naquele feriado prolongado.
O jornalismo, sendo de âmbito cultural, cria realidades que interferem na concepção de mundo. Basta uma abordagem equivocada para que o leitor mude completamente sua maneira de pensar sobre determinado assunto.
Para melhor explicar, exemplifiquemos com as propagandas eleitorais e a manipulação de votos através da mídia. Tal especulação pode vir a ser concreta uma vez que o jornalismo tem como função informar e há diversas formas de se interpretar uma noticia, embora o jornalista sempre busque a imparcialidade.
A faculdade não forma profissionais experientes, capacita-os enquanto conseqüências de suas ações, auxilia na formação de um sentimento de co-participação social e política (não partidária) e forma o profissional para o mercado de trabalho. Quando o jornalista entra para determinada empresa, a mesma o molda sobre aquilo que a ela é necessário. É quando entra a questão do estágio não obrigatório e até mesmo proibido pelo sindicato, tema este discutido em palestra na UNIMEP. O sindicalismo neste caso visa proteger tanto a empresa quanto o jornalista em formação, sendo o estágio uma complementação a formação acadêmica.
Primeiro surgiu a profissão e depois os cursos de jornalismo, como qualquer outra especialidade. Sendo assim, na disputa do mercado de trabalho, quem tem canudo fica com a vaga, quem tem canudo e conteúdo tem prioridade, quem não tem canudo o currículo de conteúdo vai para o fundo da gaveta e quem não tem nem canudo e nem conteúdo, é encaminhado para a psicologia onde fará um teste de vocacional.

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